quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Antes fossem só palavras...

Achei algo que escrevi há poucos meses. Algo que me poupou de escrever hoje, porque é e-x-a-t-a-m-e-n-t-e isso...


"Arlandria embalando minha noite, meus últimos dias.
E aqui muitos pensamentos. Boa parte deles confusos. E aí penso: "Como chegamos a esse ponto?"
Digo, pessoas que costumam ser racionais, de repente são movidas por um turbilhão de emoções, que chegam assim, nos pegando de surpresa, tirando nossos pés do chão e nos deixando completamente vulneráveis.
Desconfortável. É assim que me sinto, assumo. Porém viva. VIVA!
Me delicio com cada detalhe, cada segundo de tudo isso. E logo desejo voltar para o meu "estado normal".


Sim, quem foi que disse que queria sair totalmente da zona de conforto esse ano? (Ai, 2011...)
E o que aconteceu o ano inteiro? Pois é.
Meu desejo é uma ordem. Sempre foi.


A diferença é que no momento encontro um sentimento que andava desaparecido há tantos anos... Medo.
Sair da zona de conforto estava sendo uma aventura. Agora envolve sentimentos mais sérios. Porém, tenho certeza que lá na frente vou gostar de lembrar, rir, guardar com carinho e ainda me envolver.
Ando me redescobrindo. Assustador, bom, intenso.


Músicas embalam meu próprio silêncio. Silêncio com mais sensações do que as próprias palavras poderiam descrever.
Quase não aguento e preciso respirar fundo, fechar os olhos, morder os lábios. Exprimir cada sentido, degustar lentamente cada milésimo de segundo. 


Transe. É assim que tenho me encontrado, em transe.
Um mundo lindo, cheio de mistérios, cheio de certezas e incertezas, cheio de sede, de vontade, de leveza e brutalidade. De sopros e mordidas. De carícias e olhares intimidadores. De vontade de ficar, de vontade de sair correndo sem direção.
Tudo aguçado. Tudo forte. Tudo detalhado, bem detalhado.


O dia amanhecendo e só consigo internalizar, por mais esforço que faça para colocar tudo para fora, agora.
É tão grande, tão pleno que só consigo realmente concretizar com ações. Ou melhor, conseguirei.


Viva. Da cabeça aos pés. 
Percorrendo cada pedaço interno e externo do meu corpo.
E então não consigo dar um nome a tudo isso. 
Sei exatamente o que cada pessoa pode me responder.
E digo: Não é só isso.


Eu gosto do que me faz gritar e suspirar ao mesmo tempo.
Do que me faz querer enxergar bem tudo e ao mesmo tempo só fechar os olhos.
Do que me faz querer ficar parada e me faz querer mover bruscamente.


Sim, inconstância, incerteza, insegurança, insensatez. São!


Quebra-cabeça de tantas peças, nem consigo contar.
Estão espalhadas, bem ali, na minha frente. Só consigo olhar com atenção, tocar, olhar novamente, passar para outra, fazer o mesmo, mas sem montar nada... Por enquanto.


"E agora?" tem sido a pergunta mais frequente. Por mais que sempre saiba que as respostas não chegarão na mesma velocidade da pergunta.
Ansiedade vem e vai. 
Natural, natureza, naturalidade permanecem, dominam, voam, dançam, me carregam.
Enquanto isso jogo palavras por aí, quando conseguir. E uno palavras por aqui (dentro), quando conseguir.
Antes fossem só palavras.


Continua... 


"Chase all of those memories away
Save them all for another day
Don't you remember it was rain that drowned you


Wait! I wanna see if you could change
I wanna keep all I can take
I feel much better now"





Um comentário:

  1. Adorei Priscila,como adoro todos os textos no qual voce escreve...me faz refletir sobre muitas coisas e me faz mt bem...=)

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